MIRANDA ZAMBERLAN NEDEL

miranda.nedel@usp.br

Arquiteta e Urbanista graduada em 2017 pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP). Atualmente é aluna no curso de Mestrado e bolsista CAPES do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, área de concentração Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo, linha de pesquisa "Territórios e Cidades: Transformações, Permanências, Preservação", sob a orientação do Prof. Assoc. Miguel Antonio Buzzar pelo mesmo instituto. Investiga a recente produção escolar pública em condições periféricas, a partir das concepções pedagógicas e arquitetônicas de políticas públicas de dois contextos periféricos metropolitanos, São Paulo e Paris, por meio da pesquisa de mestrado intitulada "Educação às margens:Tessituras comuns entre escolas públicas periféricas na conformação de territorialidades". É membro do Grupo de Pesquisa ArtArqBr (Arte e Arquitetura, Brasil), tendo sido Bolsista CNPQ de Apoio Técnico a Pesquisa de tal Grupo, Nível Superior, de 2017 a 2018, e do Grupo de Pesquisa e Extensão Cartilha da Cidade, ambos do referido instituto. Enquanto antiga pesquisadora do n.ELAC, Núcleo de Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade, pertencente à mesma instituição de ensino, foi bolsista PIBIC-CNPQ de iniciação científica de 2013 a 2014 e investigou a elaboração da sítio com base na obra de arquitetos da Escola Paulista e da Escola do Porto, enfatizando a relação entre topografia, implantação e paisagem. Foi bolsista de iniciação científica financiada pela FAPESP de 2015 a 2016 com o estudo a respeito da relação entre arquitetura e educação, por meio do estudo historiográfico das políticas públicas educacionais no estado de São Paulo e da análise de um conjunto de obras representativas de cada período. Realizou de novembro 2016 a janeiro 2017 um Intercâmbio de pesquisa (Mobilidade com IC) na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Portugal, a partir da obtenção de bolsa de mérito acadêmico por meio do Programas de Bolsas Mobilidade Internacional Santander, oportunidade na qual investigou a experiência espacial em ambientes de ensino referenciais à denominada Escola do Porto. ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-8132-3634

Histórico de trabalhos realizados

[Iniciação científica | ago. 2013- ago. 2014] A elaboração do Sítio na Escola Paulista e na Escola do Porto: implantação, topografia e paisagem

Pretendeu-se no projeto de iniciação científica em questão realizar um estudo comparativo da Escola Paulista e da Escola do Porto, baseado na obra de seis arquitetos, expoentes das respectivas escolas, que representam três gerações fundamentais na proposição, afirmação e revisão de suas posturas. Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha e Marcos Acayaba, em contraponto com Fernando Távora, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, são objeto de uma pesquisa que visa analisar trabalhos em que a implantação, a construção topográfica e a relação com a paisagem sobressaem como determinantes da concepção arquitetônica. Busca-se, portanto, compreender e analisar a topografia não enquanto uma condicionante externa ao projeto, tornando-a uma de suas partes constitutivas, que o determina e reorienta-o, de suma importância para definição da lógica interna da obra e para interpretação e produção do sítio. Este projeto inscreve-se no âmbito do Acordo de Cooperação Internacional de Pesquisa firmado entre a Universidade de São Paulo e a Universidade do Porto, que envolve pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade (N.ELAC) do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP) e da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP).

Financiador: Bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Orientação: Givaldo Luiz Medeiros

[Iniciação científica | ago. 2015- ago.2016] Concepções espaciais e práticas pedagógicas: análise de obras arquitetônicas referenciais no ensino público paulista

Com o fim de avaliar o papel da arquitetura escolar na formação dos indivíduos e cidadãos, buscou-se realizar um estudo historiográfico da relação entre arquitetura e educação, centrado na produção pública paulista, a partir do Convênio Escolar (1949), abrangendo o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo (IPESP, 1959-1966), o Fundo Estadual de Construções Escolares (FECE, 1960-1976), a Companhia de Construções Escolares do Estado de São Paulo (CONESP, 1976-1987) e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE, 1987-). Por meio de procedimentos metodológicos voltados essencialmente à coleta, análise e síntese de material bibliográfico e iconográfico, se desenvolveram aproximações sucessivas ao tema da pesquisa, amparadas por análises do contexto e das políticas públicas vinculadas ao ensino. Pretendeu-se, pelo método histórico comparativo, elaborar uma análise das obras mais representativas de cada período, a fim de formar um quadro crítico e inferir considerações a respeito do vínculo entre arquitetura e educação. Através da seleção de três obras referenciais aos períodos estudados, procedeu-se a realização de visitas técnicas a fim de observar e analisar in loco as relações concretas entre as questões de ordem arquitetônica e pedagógica, por meio da introdução de uma questão outra: a análise do sujeito no cotidiano do espaço escolar. A pesquisa visa contribuir para a compreensão dos processos consequentes à constituição da arquitetura brasileira, assim como dos contextos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais que a engendraram. Almeja ainda, apreender o que transpassa a iconografia arquitetônica e discursos pedagógicos: a efetiva vivência e apropriação espacial por parte da comunidade escolar. Para verificar as implicações entre concepções espaciais e práticas pedagógicas em um período chave para a constituição das políticas públicas no estado de São Paulo, abordou-se, conjuntamente, a formulação, definição e consolidação das práticas pedagógicas adotadas contemporaneamente no ensino público.

Orientação: Givaldo Luiz Medeiros

Financiador: Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.


[Mobilidade com Iniciação científica | Estágio de pesquisa | nov. 2016- fev. 2017] Espaços de formação na Escola do Porto e na Escola Paulista: a experiência espacial nos ambientes de ensino

Com o fim de avaliar o papel da arquitetura na formação dos indivíduos e cidadãos, elegeu-se o edifício escolar como objeto de estudo da relação entre arquitetura e educação no contexto de produção arquitetônica da denominada Escola do Porto. O objetivo da pesquisa consistiu na identificação e análise de um conjunto de edifícios escolares referenciais da Escola do Porto, tendo como parâmetro inicial as pesquisas de iniciação científica anteriormente realizadas. Abordou-se a temática da arquitetura escolar de modo a refinar a compreensão do panorama arquitetônico contemporâneo, à luz do estudo comparativo entre a Escola Paulista e a do Porto, conforme desenvolvido em investigação precedente. O caráter fenomênico da experiência espacial observado na arquitetura portuguesa justifica a análise realizada, baseada na experiência concreta dos edifícios escolares. Mobilizou-se a experiência fenomênica do espaço, via fruição crítica qualitativa das obras, de modo a apreender o que transpassa a iconografia arquitetônica e discursos pedagógicos: o acolhimento e tensões propiciados pelo espaço, os percursos possíveis ou prováveis, os lugares que convidam à apropriação e ao uso livre e criativo, as modulações espaciais referentes à relação entre o eu e o outro; enfim, apropriou-se da dimensão do corpo em movimento enquanto método de estudo da interação pessoa-ambiente. A apreensão espacial de obras referenciais da arquitetura do Norte de Portugal, o registro da interação dos usuários com o edifício, o contato com arquitetos, docentes e com a proposta de ensino vigente na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto representaram uma possibilidade ímpar para avançar na definição e ensaio do método proposto, enquanto procedimento qualitativo de fruição, avaliação e projeto arquitetônico, e como meio de assimilar com maior precisão e refinamento crítico aspectos que, uma vez confrontados com o desenvolvimento histórico do espaço escolar em São Paulo, analisado anteriormente, permitiram qualificar a compreensão da relação entre concepções espaciais e práticas pedagógicas.

Orientação: Givaldo Luiz Medeiros e Maria Madalena Ferreira Pinto da Silva

Financiador: Bolsa de Mobilidade com IC, BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

Pesquisa atual

[Mestrado | jul.2017 - jul. 2020] Educação às margens: Tessituras comuns entre escolas públicas periféricas na conformação de territorialidades

Realiza-se um estudo entre a concretização das políticas públicas de educação em regiões metropolitanas periféricas em dois contextos distintos, porém interrelacionáveis: Região Metropolitana de São Paulo (Brasil) e Île-de-France (França) a partir do entendimento de que a escola pública nas periferias explicita de forma clara as tensões presentes na condição limítrofe em que se encontra a educação, entre direito e mercadoria, nesse caso, resultante do avanço neoliberal no campo educacional. A análise é realizada por meio de quatro estudos de caso da RMSP (sendo dois produzidos pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE, e dois exemplares de Centros Educacionais Unificados, CEU, em São Paulo) e dois estudos de caso em Île-de-France (um produzido pela Société d'aménagement et d’équipement de la région parisienne, SAERP, e outro resultante do Plan Exceptionnel d’Investissement pour les collégiens do departamento de Seine-Saint-Denis, PEI), os quais são justapostos na análise de suas transversalidades e especificidades. O recorte inicial do estudo fixa-se em 2003 demarcando o avanço neoliberal no campo das políticas educacionais estudadas, com distintas expressões nos dois países àquela data: na RMSP demarca a fecundidade da produção escolar pública de caráter universal, democrático e social, devido à produção dos CEU e renovada produção da FDE, a partir de alterações realizadas por parte da Secretaria de Estado da Educação; no cenário metropolitano parisiense demarca, por sua vez, a publicação do livro de Christian Laval, “L'école n'est pas une entreprise : le néo-libéralisme à l'assaut de l'enseignement public”, expressão da identificação do avanço neoliberal no sistema educacional público francês, assim como um conjunto de manifestações populares relativas à educação nacional. A pesquisa desenvolve-se nas seguintes escalas de análise: entre projetos arquitetônicos e apropriações reais, entre concepções pedagógicas e arquitetônicas de políticas públicas distintas e entre escolas de periferias metropolitanas de São Paulo e Île-de-France, a partir do pressuposto comum do avanço da concepção neoliberal mercadológica e, também, privatizante no campo das políticas públicas de educação.

Orientação: Miguel Antonio Buzzar

Financiador: Bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP).

Projeto de Extensão

Cartilha da Cidade

A cidade onde as pessoas moram, trabalham, circulam e se divertem, muitas vezes, possui uma dimensão opaca, na qual a falta de entendimento de sua produção e do funcionamento no dia a dia, comparece como itens exclusivos do conhecimento erudito, não compartilhado pelo conjunto dos moradores. Desta forma, um conhecimento mais aprofundado sobre a produção do espaço urbano, a presença e utilidade dos equipamentos e redes de serviços públicos caminha no sentido de possibilitar uma melhor compreensão da cidade e da vida urbana, fomentando desta forma, a construção da autonomia política e social dos moradores. O projeto Oficinas Urbanas e Cartilha da Cidade, sem ter a pretensão de dar conta da formação cidadã na sua totalidade, pretende ativar, ou incrementar, processos, que auxiliem os moradores, em tese cidadãos, a se reconhecerem enquanto membros de uma sociedade, que sem ser homogênea, vive e constrói um lugar comum, a própria cidade. Para tanto, pretende associar a produção de publicações impressas e sítio eletrônico sobre questões urbanas, com procedimentos interativos de transmissão de informações sobre a cidade – oficinas urbanas, sobretudo, em escolas. Esse projeto busca dar continuidade, ampliando, incrementando e aperfeiçoando, a trabalhos já desenvolvidos através de projetos anteriormente aprovados e executados no âmbito de uma Rede FINEP e das sucessivas edições do Programa Unificado de Bolsas da Universidade de São Paulo na vertente cultura e extensão.

Coordenador: Miguel Antonio Buzzar

Grupo de Extensão: Rachel Bergantin, Miranda Zamberlan Nedel,