O usuário e o processo de projeto: Co-design em edifícios de saúde processo de projeto de edifícios.

O usuário e o processo de projeto: Co-design em edifícios de saúde

Michele Caroline Bueno Ferrari Caixeta

[Tese de Doutorado -2015]

Orientação: Márcio Minto Fabricio (IAU-USP) e Patrícia Tzortzopoulos Fazenda (University of Huddersfield, UK).

Resumo: Caracterizado por grande complexidade, o projeto de edifícios de assistência à saúde precisa garantir funcionalidade e eficiência operacional à edificação, através de espaços que facilitem a realização das atividades de atenção à saúde. Isto é ainda mais proeminente em países como o Brasil, onde os serviços de atenção à saúde são deficitários, principalmente na esfera pública. Para tanto, é necessário um amplo conhecimento acerca dos usuários e dos fluxos e atividades que compõem os serviços prestados, que geralmente os arquitetos não possuem. Neste contexto, e dada a complexidade dos edifícios de assistência à saúde, o envolvimento efetivo dos usuários no processo de projeto – co-design – pode contribuir para o redesenho das atividades de atenção à saúde e assim possibilitar que os arquitetos alinhem o projeto do espaço físico com o projeto dos serviços, aumentando a oferta e a qualidade do atendimento à população. No entanto, o co-design exige grandes esforços do arquiteto, relativos à coordenação e à linguagem utilizada, entre outros desafios. O problema desta pesquisa reside, portanto, na falta de amparo e dificuldades de envolver efetivamente os usuários no processo de projeto destes edifícios, como perspectiva para trazer os conhecimentos relativos à utilização da edificação ao projeto, e assim aumentar a adequação entre edifício e uso. A pesquisa aqui proposta busca, neste sentido, uma proposição inovadora de solução através da abordagem da Design Science Research (DSR) que tem como fundamento a proposta de soluções para problemas enfrentados no mundo real. A pesquisa incluiu as etapas de entendimento do tema, com revisão bibliográfica, estudo exploratório e estudos de caso em dois projetos de edifícios de saúde com co-design; proposta de uma solução e avaliação da solução. Como solução, apresenta-se um modelo conceitual de processo de projeto com co-design para auxiliar os arquitetos na promoção desta prática em edifícios de assistência à saúde. Descreve-se ainda o processo de seleção dos representantes dos usuários para as oficinas de co-design, com as questões que devem ser consideradas pela coordenação, a preparação dos usuários, a estrutura para orientar as oficinas e as revisões de fases, indicando as entradas, os métodos e instrumentos e as saídas das oficinas, e os subprodutos para análise, os critérios de passagem e o conteúdo dos relatórios de revisão, no caso das revisões de fase. O modelo foi avaliado por quatro profissionais, que são arquitetos com experiência em projetos de edifícios de saúde e pesquisadores da área. Com base nos resultados das avaliações, o modelo foi aprimorado para sua versão final.

Palavras-chave: Arquitetura. Co-Design. Envolvimento de Usuários. Processo de Projeto. Edifícios de Saúde. Eficiência Operacional.


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